Familiares e amigos de
vítimas do incêndio na boate Kiss, que causou 242 mortes, realizou no final da
noite desta quarta-feira (29) um protesto no Centro de Santa Maria contra a liberdade aos quatro
acusados de homicídio no caso, concedida à tarde pela Justiça do Rio Grande do
Sul. Segundo estimativa da Brigada Militar, havia entre 50 e 60 pessoas. O
protesto, que ocorreu horas depois de os presos deixarem a Penitenciária
Estadual do município, seguiu durante a madrugada.
A liberdade aos sócios
da casa noturna Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann e os integrantes da banda
Gurizada Fandangueira, o vocalista Marcelo dos Santos e o produtor Luciano
Bonilha Leão, foi concedida dois dias depois que o incêndio completou quatro
meses. A tragédia ocorreu na madrugada de 27 de janeiro na cidade da Região
Central do Rio Grande do Sul.
Os familiares que foram
a Porto Alegre para acompanhar o julgamento do pedido de liberdade provisória
aos acusados chegaram à noite na Avenida Rio Branco, uma das principais vias do
Centro da cidade. Lá, foram recepcionadas por outro grupo e seguiram uma
caminhada até a Praça Saldanha Marinho.
"Eles não têm ideia
do que é chegar em casa e ver a casa vazia, sem os filhos", disse Helena
Maria Rosa da Cruz, que perdeu Mirela, de 21 anos, e José, de 18.
Helena não escondeu a
revolta com a decisão da 1ª Câmara Criminal do TJ-RS. "Me sinto revoltada
e indignada com a Justiça. Em que Brasil nós estamos? Em que mundo nós estamos?
Vou lutar até o fim da minha vida pela justiça dos meus dois filhos e outros
240", declarou.
Da Praça Saldanha
Marinho, o grupo seguiu uma caminhada pela Rua do Acampamento até a Presidente
Vargas. Durante o percurso, os manifestantes bloquearam um dos principais
cruzamentos da cidade, entre a Rua Venâncio Aires e a Avenida Rio Branco.
Fonte: G1
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