O
músico Chuck
Berry, um dos pioneiros do rock, morreu neste sábado (18) aos 90
anos no Missouri, nos Estados Unidos, informa a polícia local do condado de St.
Charles. O guitarrista lendário foi encontrado em sua casa já sem sinais
vitais. A causa da morte ainda não foi revelada.
Chuck Berry em show na Espanha em 2007
Foto Felix Ordonez-Reuters
“O
departamento de polícia do condado de St. Charles infelizmente tem de confirmar
a morte de Charles Edward Anderson Berry Senior, melhor conhecido como o
lendário músico Chuck Berry”, afirma a polícia, em nota. De acordo com os
oficiais, a família pede “privacidade durante esse momento de perda”.
"A
polícia respondeu a um chamado médico de emergência em Buckner Road às
aproximadamente 12h40 [horário local, 14h40 no horário de Brasília] de
hoje", afirmou a instituição. "Dentro da casa, socorristas observaram
um homem que não respondiam e imediatamente administraram técnicas salva vidas.
Infelizmente, o homem de 90 anos não pôde ser ressuscitado e foi pronunciado
morto às 13h26."
Ídolo
dos Beatles e dos Rolling Stones, Chuck Berry era conhecido por clássicos como
"Johnny B. Goode", "Sweet little sixteen" e "You never
can tell". Esta última música ganhou destaque nos anos 90 por causa de uma
das cenas mais famosas de "Pulp fiction", do diretor Quentin
Tarantino. Também
gravou "Maybellene" e "Roll over Beethoven" e
"Memphis, Tennessee".
Sua
marca no gênero foi tão grande que certa vez John Lennon, dos Beatles, falou:
"Se você tiver de dar outro nome ao rock'n'roll, poderia chamá-lo de Chuck
Berry".
Ao
longo dos anos, Berry realizou algumas apresentações no Brasil. Ele participou
do Free Jazz Festival, em 1993, no Rio. O guitarrista voltou em 2002 para show
em Jaguariúna (SP), e em 2008, para apresentações em SP, RS e PR.
Em
outubro, ao completar seus 90 anos de idade, Berry
anunciou através das redes sociais seu primeiro álbum desde 1979. O
álbum "Chuck" estava previsto para ser lançado em 2017 com músicas
novas escritas e gravadas pelo músico.
Ele
dedicou o disco à sua esposa, Themetta "Toddy" Suggs , com quem viveu
durante os últimos 68 anos. "Querida, estou ficando velho! Trabalhei
durante muito tempo neste disco. Agora posso pendurar as chuteiras", disse
o cantor.
Berry
deixa sua mulher e seus quatro filhos, Ingrid, Aloha, Charles Jr. e Melody.
Lenda
Nascido
em 18 de outubro de 1926, em Saint Louis, também no Missouri, Berry dizia
emular "a clareza vocal suave de seu ídolo, Nat King Cole, enquanto tocava
músicas de blues de gente como Muddy Waters", descreve a biografia em seu
site oficial. Berry foi o quarto dos seis filhos de um empreiteiro e de uma
diretora de escola.
Ele
aprendeu a tocar guitarra durante o ensino médio, quando passava por uma fase
rebelde. Tanto que foi preso por tentativa de roubo. Depois, chegou a trabalhar
em uma linha de montagem de fábrica da General Motors.
Imagem de 15 de abril de 2013 mostra Chuck Berry em show em Montevidéu, no Uruguai
Foto PABLO PORCIUNCULA-AFP
Berry
passou a se dedicar exclusivamente à música nos anos 1950, quando formou um
trio com um baterista, Ebby Harding, e um tecladista, Johnnie Johnson. Ele
atingiu sucesso em 1955 quando conheceu a lenda do blues Muddy Waters e o
produtor Leonard Chess em Chicago, e passou a misturar estilos do country e do
blues do sul dos EUA com uma pegada pop, mais palatável para as rádios.
"Eu
queria tocar blues", afirmou Chuck Berry em entrevista à revista
"Rolling Stone". "Mas eu não era 'blue' [triste] o suficiente.
Eu sempre tive comida na mesa." Além
das músicas e da influência sobre todo um gênero, o músico também deixou sua
marca na famosa "duck walk", na qual tocava sua guitarra enquanto
pulava em uma perna agachado pelo palco.
Em
1986, ele fez parte do primeiro grupo de artistas a entrar no Hall da Fama do
Rock and Roll. Berry foi apresentado pelo guitarrista dos Rolling Stones, Keith
Richards.
Do
G1