O cantor, compositor e poeta canadense Leonard Cohen, morreu aos 82
anos, informou a gravadora Sony Music do Canadá nesta quinta-feira (10). “É com profunda tristeza que relatamos que legendário poeta, compositor
e artista Leonard Cohen faleceu. Perdemos um dos mais venerados e prolíficos
visionários da música. Um memorial ocorrerá em Los Angeles em uma data
posterior. A família pede privacidade durante seu período de luto”, diz o
comunicado. A causa e local de morte não foram informados.
Músico Leonard Cohen em NY, em 21012
(Foto: Arquivo /
Mike Lawrie / Getty Images / AFP Photo)
Em setembro, Cohen festejou seus 82 anos com um novo álbum em que fez
intensas reflexões metafísicas sobre a morte. "You want it darker",
lançado no dia 21 de outubro, fiel a seus arranjos musicais minimalistas. O
trabalho anterior é "Popular problems", de 2014. O disco, produzido
por seu filho Adam Cohen, faz referências a suas recordações de infância em
Montreal e está impregnado dos coros da sinagoga Shaar Hashomayim.
Leonard Cohen se retirou da cena artística nos anos 1990, e em 1996
ficou recluso em um monastério budista na região de Los Angeles. Mas ele voltou
à música por uma razão pouco espiritual, quando descobriu que seu agente,
Kelley Lynch, havia roubado grande parte de sua poupança.
Leonard Norman Cohen nasceu em 21 de setembro de 1934, em Montreal. Ele
aprendeu a tocar guitarra flamenca e formou um grupo chamado Buckskin Boys. Depois de se formar na Universidade McGill, Cohen mudou-se para a ilha
grega de Hydra, onde comprou uma casa por US $ 1.500 com a ajuda de um modesto
fundo fiduciário estabelecido por seu pai, que morreu quando Leonard tinha 9
anos. Cohen publicou a coleção de poesias "Flowers for Hitler"
(1964) e os romances "The favorite game" (1963) e "Beautiful
losers" (1966). Frustrado com as baixas vendas de livros e cansado de trabalhar na
indústria de roupas de Montreal, Cohen visitou Nova York, nos Estados Unidos,
em 1966. Lá, conheceu a cantora folk Judy Collins, que mais tarde incluiu duas
de suas canções, incluindo o sucesso inicial “Suzanne”, em seu álbum “In my
life”. Seu ambiente em Nova York incluiu Andy Warhol, empresário, pintor e
cineasta norte-americano. Cohen estreou na música com o disco "Songs of Leonard Cohen"
(1967), considerado uma obra prima e que incluía canções como "So long,
Marianne" e "Suzanne".
Sua voz grave e profunda e seu elaborado estilo literário, onde
misturava reflexões românticas com temas espirituais e existenciais, abriram
passagem na cena folk americana, na qual figuravam também Bob Dylan, Joni
Mitchell, entre outros artistas. Sua premiada carreira, um modelo de referência para os cantores de todas
as gerações, inclui outros discos muito destacados como "Songs of love and
hate" (1971), "I'm your man" (1988) e "Various
positions" (1985), no qual aparecia "Hallelujah" (Aleluia), uma
de suas canções mais populares, uma meditação sobre amor e sexo. Cohen escreveu músicas para Judy Collins, James Taylor, Willie Nelson e
muitos outros. Durante os anos 1970, partiu na primeira das muitas e longas e intensas
turnês que ele repetiria no final de sua carreira. “Uma das razões pelas quais
estou em turnê é conhecer pessoas”, disse ele à revista Rolling Stone em 1971.
Músico Leonard Cohen
(Foto: Arquivo / Mike
Lawrie / Getty Images / AFP Photo)
A relação de Cohen com Suzanne Elrod durante a maior parte dos anos 70
resultou em dois filhos: a fotógrafa Lorca Cohen e Adam Cohen, que lidera o
grupo Low Millions. Ele teve romances duradouros também com as cantoras Laura
Branigan, Sharon Robinson, Anjani Thomas e Jennifer Warnes.
Embora nunca tivesse abandonado o judaísmo, o músico atribuiu ao budismo
a redução de seus quadros depressivos.
Recentemente, especialistas não entenderam a razão de o prêmio Nobel de
Literatura ter ido para o músico Bob Dylan e não para o artista canadense.
Do G1, em São Paulo