sábado, 6 de julho de 2019

João Gilberto, pai da bossa nova, morre aos 88 anos


Um dos nomes mais importantes da música brasileira, cantor morreu no Rio de Janeiro segundo seu filho, João Marcelo Gilberto.
  
 Foto: Reprodução

João Gilberto morreu neste sábado (6) aos 88 anos. O músico, um dos criadores da bossa nova, morreu em casa, no Rio de Janeiro. Ele sofria com problemas de saúde há algum tempo. A informação foi confirmada ao G1 pelo seu filho, João Marcelo Gilberto, que mora nos Estados Unidos. Além de Marcelo, ele deixa outros dois filhos, Bebel e Luisa.

"Meu pai morreu. Sua luta foi nobre, ele tentou manter sua dignidade ao perder sua soberania", escreveu João Marcelo no Facebook. "Gostaria de agradecer a Maria do Ceu por estar a seu lado no final. Ela foi sua verdadeira amiga e companheira."

Recluso, João foi interditado judicialmente pela filha, Bebel Gilberto, no fim de 2017. A interdição motivou uma disputa familiar entre Bebel e João Marcelo.

Em nota, a advogada de Bebel disse que a intervenção foi motivada por problemas de saúde e complicações financeiras do cantor.

 Capa de edição estrangeira de disco de João Gilberto — Foto: Reprodução / Internet

Pai da bossa nova

João Gilberto Prado Pereira de Oliveira, cantor e violonista baiano, concluiu em 1961 a trilogia de álbuns fundamentais que apresentaram a bossa nova ao mundo: "Chega de saudade" (1959), "O amor, o sorriso e a flor" (1960) e "João Gilberto" de 1961.

O álbum que marcou o início da bossa nova, "Chega de saudade", traz composição de Tom Jobim (1927-1994) e Vinicius de Moraes (1913-1980) que havia sido apresentada em um LP em abril de 1958 por Elizeth Cardoso (1920-1990). Com a voz de João, a versão mais conhecida da música foi lançada em agosto do mesmo ano.

O artista não parou com suas criações e seguiu com shows e discos que se tornaram obras de arte, como é o caso de "Amoroso”, álbum gravado nos Estados Unidos entre 1976 e 1977 sob o selo Warner Music.

O disco foi relançado no Brasil em formato longo durante os festejos dos 60 anos da Bossa Nova. O álbum celebra o encontro harmonioso do artista brasileiro com o maestro alemão Claus Ogerman (1930 – 2016).

A produção de João foi objeto de uma disputa judicial em 2018. A defesa do cantor pedia uma revisão no valor de uma indenização da gravadora EMI Records, hoje controlada pela Universal Music. Em 2015, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) proibiu a empresa de vender os discos do artista sem seu consentimento. A Universal não comenta o caso.

Fonte: G1